Cinema - Distrito 9



Distrito 9 (District 9, de Neill Blomkamp, Nova-Zelândia/África do Sul, 2009). Uma nave gigantesca chega a Johanesburgo trazendo 1 milhão de extraterrestres doentes e famintos. Enquanto o mundo (não) decide o que fazer com eles, o governo sul-africano os confina a um campo de refugiados, que em 20 anos se transforma num favelão — o Distrito 9. A miséria campeia e o crime também: os alienígenas têm armas, assaltam e matam. Comanda o tráfico de comida de gato, a favorita dos ETs, um gângster nigeriano — por essa característica, a Nigéria proibiu o filme. A população quer ver longe os “prawns” (camarões, termo pejorativo com que trata os ETs), que agora já são 1,8 milhão, e as autoridades decidem “despejá-los” para área desabitada a 200 quilômetros dali. O “Departamento do Bem-Estar dos Alienígenas” de poderosa indústria bélica multinacional (uma espécie de Blackwater convocada a cuidar do “problema”), interessada nas armas dos extraterrestres, assume funções de Estado e envia ao distrito força-tarefa para promover a retirada. Comanda a operação o agente Wikus Van De Merwe, tão simplório quanto preconceituoso, que é exposto à biotecnologia alienígena. Aí começa esse terrível, maravilhoso e histórico filme, uma aula de bioética (ou de falta dela), que não se limita ao drama dos imigrantes na África do Sul ou à xenofobia mundial. O filme trata mesmo é de nossa humanidade, perdida em cegueira, cobiça e ódio. Em exibição no Brasil.

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